Os 10 anos seguintes seriam de muito sofrimento para a torcida são-paulina. Na 2ª metade dos anos 90, o Tricolor só conquistou um único título, o Campeonato Paulista de 1998. No Campeonato Brasileiro, se acostumou a ser mero coadjuvante. Depois de 1994, só conseguiu voltar a se classificar para a 2ª fase em 1999. Em 1998, ano do título estadual, fez a sua pior campanha na história do Nacional, chegando ao ponto de, pela primeira e única vez, brigar contra o rebaixamento, do qual só se salvou matematicamente na última rodada.
Rogério Ceni: o símbolo do retorno do São Paulo |
Isso começou a mudar em 2004. Naquela temporada, o São Paulo voltava a disputar a Libertadores após 10 anos - exatamente desde o fatídico 1994. A equipe lutou muito, foi guerreira, como nas 8as de final, contra os argentinos do Rosario Central, e chegou até as semifinais, quando foi surpreendido pela zebra colombiana Once Caldas, que já havia eliminado o Santos na fase anterior e derrotou o Boca Juniors na final. Mas aquele foi o início de um novo capitulo vitorioso da gloriosa história tricolor.
Eis que veio 2005 e o São Paulo começou o ano faturando o título paulista. Na Libertadores, passou fácil pela fase de grupos. Depois, eliminou o rival Palmeiras, nas 8as, vencendo as duas paridas, sendo 1x0 no Parque Antártica e 2x0 no Morumbi.
Após passar pelos mexicanos do Tigres, nas quartas, veio o grande duelo: o River Plate. Depois de conquistar grande vitória por 2x0 no jogo de ida, no Morumbi, o São Paulo foi a Buenos Aires e encontrou um clima de guerra. Pedradas, arbitragem tendenciosa. Mas, mesmo assim, o Tricolor fez 3x2, conquistando sua 1ª vitória na Argentina pela Libertadores e voltando a final após 11 anos.
Lugano: a raça que fez a diferença |
Eis que chegou o grande e inesquecível dia. 14 de julho de 2005, Curiosamente, uma quinta-feira. Após quase 11 anos do fatídico jogo contra o Velez, lá estava novamente o São Paulo, entrando em campo no Morumbi para decidir uma Libertadores. Mas aquela noite não teria drama. O São Paulo começou a todo vapor, com chegadas perigosas de Luizão e Cicinho. Estava claro que o gol era questão de tempo. E veio, aos 16 minutos. Luizão entrou rápido na área, tocou de calcanhar para Danilo, que finalizou. O goleiro Diego bateu roupa, e o camisa 10 passou para Amoroso, que tocou de cabeça para as redes: 1x0. O Tricolor ainda criou grandes chances, com Cicinho e Danilo, mas foi o Atlético quem teve a melhor oportunidade. No final do 1º tempo, o árbitro inventou pênalti de Alex em Aloísio (que viria para o Tricolor no mesmo ano). Mas o meia Fabrício cobrou na trave.
Após 11 anos, ela voltou para casa |
Aquele era o início de uma nova era, exorcizando a era "pipoqueira", e exorcizando o fatídico dia 31 de agosto de 1994.
São Paulo 4x0 Atlético-PR
14/07/2005 - Morumbi (São Paulo)
São Paulo: Rogério Ceni; Lugano, Fabão e Alex; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior (Fábio Santos); Luizão (Souza) e Amoroso (Diego Tardelli).
T: Paulo Autuori
Atlético-PR: Diego; Danilo, Cocito e Durval; Jancarlos, André Rocha (Alan Bahia), Fabrício, Evandro e Marcão (Fernandinho); Lima (Rodrigo) e Aloísio.
T: Antônio Lopes
Fotos: arquivo pessoal
Postado por Éder Moura
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