domingo, 1 de maio de 2011

Triste rotina

  Como já virou de praxe, mais uma vez o São Paulo foi eliminado nas semifinais do Campeonato Paulista. Foi a 5ª vez seguida, sendo a 3ª consecutiva perdendo no Morumbi (o que aconteceu quatro vezes nesses cinco anos). E, assim como no ano passado, o Santos foi o algoz.
  Não me estenderei sobre o jogo. Creio que nenhum são-paulino queira mais ouvir falar disso. Direi apenas que o São Paulo perdeu a grande oportunidade de definir a partida no 1º tempo, quando dominou amplamente o jogo, mas não teve competência para sequer tirar o zero do placar. No 2º tempo, Muricy Ramalho deu o chamado "nó tático" em Paulo César Carpegiani, tirando um jogador ofensivo para colocar mais um zagueiro. A princípio, parecia que se fecharia ainda mais na retranca, mas isso foi apenas uma grande estratégia. O ex-treinador tricolor apenas reforçou seu sistema defensivo, liberando o restante do time para o ataque. E foi aí que o Santos cresceu. Ajudado por duas falhas grotescas de marcação da defesa são-paulina, o time da Baixada fez 2x0 e liquidou a fatura. O vexame tricolor só não foi maior porque, no finzinho, Neymar conseguiu perder um gol incrível, segundo ele, por causa das condições do gramado do Morumbi, que ainda estão longe do ideal. Não bastasse tudo isso, o São Paulo ainda livrou a cara de Ganso, que vinha fazendo uma partida horrorosa, mas ganhou um gol de presente e fez todo mundo esquecer sua apagadíssima tarde de sábado. Claramente, o zagueiro Rhodolfo fez bem mais falta do que se esperava.


Com quase 45 mil pessoas, a torcida fez a sua parte. Foi a única. (Universo Tricolor)


  Não quero parecer oportunista, mas creio que este é um bom momento para avaliar o trabalho feito por Carpegiani até aqui. Ao contrário da imensa maioria, não acho seu trabalho tão bom assim. Muitos dizem que ele mudou a cara do São Paulo, transformando a equipe num time rápido e com muita mobilidade. Mobilidade só vejo na troca de posicionamento entre Marlos e Ilsinho, que nem titulares são. Sobre velocidade, o que vejo é exatamente o contrário: um time sonolento, preguiçoso, acomodado, que faz 1x0 e acha que já é o suficiente. Quem viu as partidas diante de Portuguesa e Goiás sabe do que estou falando. Se sofre 1x0, morre no jogo. O São Paulo hoje não possui o menor poder de reação diante de um placar adverso. Quando o Santos abriu o placar, Carpegiani ficou totalmente perdido, investindo na manjada e ineficaz estratégia de tirar um volante para colocar um atacante, e torcer para ver no que ia dar. Bem, deu no que deu. Resumindo tudo, com Carpegiani, o São Paulo continua jogando mal, perdendo clássicos (com ele, já jogou seis e perdeu três, ou seja, a metade) e caindo no primeiro mata-mata contra um clube grande. Sinto muito, mas não posso, de modo algum, considerar isso um bom trabalho.
  Agora, o São Paulo, pelas próximas duas semanas, até o início do Campeonato Brasileiro, foca suas atenções exclusivamente para a Copa do Brasil. Com o elenco que tem, incluindo Luís Fabiano, com mais uma "amarelada" contra um rival e pelo nível dos adversários na competição nacional, o São Paulo tem a pressão quadruplicada pela conquista do título. Até porque, cinco anos seguidos caindo nas semifinais do Campeonato Paulista a torcida até engole. Agora, dois anos seguidos fora da Libertadores, isso a torcida não admite, sob hipótese alguma. E, convenhamos, para um clube do tamanho do São Paulo Futebol Clube, um tricampeão do mundo, classificar-se para a competição continental não é nada além da obrigação.


Ficha técnica:
São Paulo 0x2 Santos
Estádio: Morumbi (São Paulo)
Público: 44.675 pagantes
Gols: Elano, aos 15' e Ganso, aos 27'/2ºT


São Paulo: Rogério Ceni, Xandão, Alex Silva, Miranda; Jean, Casemiro (Fernandão, 18'/2ºT), Carlinhos, Ilsinho (Willian, 44'/2ºT) e Juan; Marlos (Rivaldo, 24'/2ºT) e Dagoberto
T: Paulo César Carpegiani


Santos: Rafael, Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro, 29'/2ºT); Arouca, Danilo, Elano (Adriano, 35'/2ºT) e Ganso; Neymar e Zé Eduardo (Bruno Aguiar, no intervalo)
T: Muricy Ramalho


Postado por Éder Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário