terça-feira, 14 de junho de 2011

Meu jogo eterno: "Coisa boa é para sempre" , Corinthians e a ressurreição do Gigante

Hoje é o dia de relembrarmos o ano de 1995 torcedor corintiano moloqueiro e sofredor, é a hora de recordarmos a final do Paulistão de 95, disputado no estádio Santa Cruz em Ribeirão Preto e a saborosa decisão que consagrou o Time do Povo como maior campeão do estado, e a hora de se levantar das derrotas sofridas para o maior rival em anos anteriores, o ano da consagração do pé de anjo Marcelinho.

Time campeão paulista de 1995  Foto: Google
Em 1995 foi o ano da virada para o Timão, depois de ver os maiores rivais conquistarem o Brasil e o Mundo, o Timão precisava se levantar, após amargar os vices-campeonatos paulista de 93 e 94, perder a final do Rio-São Paulo de 93 e Brasileiro de 94 para o que muitos consideram a III Academia do Palmeiras, um timaço comandado por Vanderlei Luxemburgo, o Corinthians e a torcida queriam reverter toda aquela situação, time e torcida fizeram a festa em um ano inesquecível.
O ano começou com a tradicional Taça São Paulo de Futebol Juniores e o alvinegro paulista levantou o caneco depois de 25 anos, em uma vitória contra a Ponte Preta na final, vitória por 3x2, na prorrogação com o gol na morte súbita. Aí veio o Carnaval, e o Timão estava representado por sua torcida, jogadores como Ronaldo,Viola e Marques estiveram no desfile, e com o samba-enredo " Coisa boa é pra sempre" (lindo por sinal, quem é torcedor não esquece a letra jamais, ... Me dê a mão, me abraça, viaja comigo pro céu, sou gavião/ levanto a taça / com muito orgulho pra delírio da fiel ..... , é de arrepiar amigo) a Gaviões levantou o caneco e inspirou os jogadores do Timão. Paralelo com o Paulistão, o Corinthians disputava a Copa do Brasil, atropelando todos os adversários que cruzavam seu caminho, e depois de uma verdadeira batalha contra o Grêmio, o título veio em pleno estádio Olímpico, este título deu a força e a confiança para o Corinthians enfrentar o arquirival Palmeiras na final do campeonato.

Ronaldo, Isso é Corinthians Foto: Google
O Paulistão daquele ano tinha 16 equipes que jogavam entre si em dois turnos de ida e volta, se classificando os oito melhores, que foram divididos em dois grupos, na qual jogariam os times do grupo em duas partidas de ida e volta, com os dois melhores chegando a final. O time do Corinthians não era um primor de técnica, mas tinha ao seu lado, fatores que sempre marcaram a história do Timão, jovens jogadores da base, como Silvinho, André Santos e Zé Elias, jogadores de raça que sabiam o que era jogar no Corinthians como Ronaldo, Viola, Marques e Marcelinho,e tudo isso com a força da Fiel Torcida. O Timão fez uma campanha regular e acabou em 6° lugar, caindo na chave do Santos e da Portuguesa, que tinha feito melhor campanha da 1° fase e tinha um bom time. Depois de bater no Santos e de dois jogos dificílimos contra a Lusa, o Todo Poderoso chegava a mais uma final contra o time do Palmeiras/Parmalat. Era a chance da vingança. o Palestra já não tinha Luxemburgo no comando nem Evair e Edmundo, mas tinha Roberto Carlos, Rivaldo, Antonio Carlos, Muller, Veloso, Cléber na zaga, Edílson, era um bom time.
Com o Morumbi e o Pacaembu interditados, a final foi disputada em Ribeirão Preto, no estádio Santa Cruz, em dois jogos, o Timão estava embalado pela conquista da Copa do Brasil e o Palmeiras estava prestes a ser eliminado na Libertadores, já que tinha perdido o 1° jogo das quartas de final por 5x0 no Olímpico.
No 1° jogo da final do Paulistão, jogo disputado, com jogadas duras e muita disposição, o jogo terminou no empate em 1x1 gol de Marcelinho para o Corinthians e Nílson que empatou no final do jogo para o Palmeiras, Roberto Carlos perdeu um pênalti mandando para fora e Ronaldo fez grandes defesas garantindo o empate e levando tudo para ser decidido no domingo seguinte.
Na grande decisão as duas equipes entraram para o tudo ou nada, o Palmeiras tinha sido eliminado da Libertadores e queria o tricampeonato Paulista para fazer sua torcida esquecer e eliminação, já o Timão queria confirmar o bom início de ano e se vingar do maior rival, valia também a hegemonia do estadual já que as duas equipes tinham 20 títulos conquistados cada uma, e a vitória daria a fama de rei do estado.
O dia era  6 de agosto do ano de 1995, e o jogo começou estudado com muita marcação e poucos espaços cedidos ao adversário, o jogo era truncado de raras chances de gol, Marcelinho era quem mais dava trabalho a zaga verde sempre com seus chutes perigosos e Rivaldo, Muller e Roberto Carlos davam trabalho a Ronaldo e a zaga do Timão. No 1° tempo tudo igual e o 0x0 no placar.
Na etapa complementar logo aos 6 minutos Nílson abriu o marcador após Roberto Carlos acionar Rivaldo que de primeira deu um toque desconcertante tirando Henrique da jogada e deixando Nílson sozinho para bater na saída de Ronaldo e fazer 1x0, a fiel estava apreensiva e temendo nova derrota, mas desta vez, Marcelinho estava disposto a mostrar seu valor e se firmar de vez no coração da Fiel, o camisa 7 chamava a responsabilidade e em falta cavada na entrada da área, o pé de anjo deixou sua marca. Aos 15 do 2° tempo, Marcelinho agachou, pegou a bola e em seu ritual característico conversou com a bola, Veloso preocupado colocou Muller embaixo da trave para proteger um dos cantos, Marcelinho partiu para cobrança e colocou a redonda entre o travessão e a cabeça de Muller, num local improvável, como se tivesse colocado a bola com a mão, no ângulo, na forquilha, Muller saltou e se esticou todo, mas foi em vão, Veloso só assistiu a pelota balançar a rede, a torcida foi a loucura e o Timão empatava, 1x1.

Na falta cobrada por Marcelinho a bola entrou no ângulo  Foto: Google
Depois do gol, a partida permanecia equilibrada e disputada, mas sem chances claras de gol, as que apareciam Ronaldo e Veloso tratavam de defender, e o jogo acabou no 1x1 e prorrogação à vista, só que desta vez o Timão teria a vantagem do empate.
No 1° tempo da prorrogação o Corinthians foi melhor e deu trabalho para Veloso, o Palmeiras jogava atrás e esperava pelos contra-ataques, Viola, Tupãzinho e principalmente Marcelinho queriam resolver a parada, porém o 1° tempo da prorrogação acabou no empate.
Viola carrega taça  Foto: Google
No 2° tempo com as duas equipes cansadas o jogo seguia com alta dose de adrenalina, a partida era jogada com o coração na ponta da chuteira e a vontade já superava a técnica. O Palmeiras quase marcou, mas Silvinho tirou em cima da linha. Aos 13 do 2° tempo da prorrogação, falta quase do meio de campo e o zagueirão Célio Silva resolveu arriscar, a bola saiu torta e parou nos pés de Tupãzinho, na entrada da área que rolou mansa para Elivélton soltar a bomba de canhota, outro petardo no ângulo de Veloso que novamente só olhou, o meia correu para galera para jogar a camisa para torcida, parecendo adivinhar o feito já que estava com outra por baixo. A partir daí o Corinthians administrou, a a fiel enfim pode soltar o grito de campeão paulista depois de 7 anos, um título com cara de Corinthians, conquistada na bravura e determinação de seus guerreiros, tinha chegado a hora da vingança, a cidade voltava a ser do Time do Povo.   

CORINTHIANS 2 X 1 PALMEIRAS
ESTÁDIO: Santa  Cruz, Ribeirão Preto
Data: 06/08/1995
Árbitro: Remi Harrel-FRA
Público: 46.594
Renda: R$ 439.138,00
Gols: Nílson (Pal) 11; Marcelinho 16, 2 ° tempo, Elivélton 13, 2° tempo prorrogação.
CORINTHIANS: Ronaldo, André Santos (Vítor), Célio Silva, Henrique e Silvinho; Zé Elias, Bernardo, Marcelinho e Souza (Tupãzinho); Viola e Marques (Elivélton). Téc: Eduardo Amorim

PALMEIRAS: Velloso; Índio, Antônio Carlos, Cléber e Roberto Carlos (Flávio Conceição); Amaral, Mancuso, Edílson (Válber) e Rivaldo; Alex Alves (Nilson) e Muller.
Téc: Carlos Alberto Silva

Confira abaixo os vídeos dos dois jogos das finais, a entrada em campo e para relembrar o samba-enredo  "Coisa boa é para sempre"





postado por Felipe Fernandes

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