domingo, 4 de dezembro de 2011

São Paulo goleia Santos, mas está fora da Libertadores

Fabuloso celebra: mais dois gols para a coleção. (Vipcomm)
  Quando um time não tem competência para se aproveitar das inúmeras oportunidades ao longo de um campeonato com oito meses de duração, não dá para esperar que, por milagre, a sorte ajude e dê tudo certo no último dia de competição, não é? E foi exatamente isso que aconteceu com o São Paulo. Jogando em Mogi Mirim, local para onde arbitrariamente a séria e isenta CBF deslocou o jogo (sim, o São Paulo foi punido com a perda do mando de campo mesmo sem ter feito nada), o Tricolor passou fácil pelos reservas do Santos e venceu por 4x1, com outra boa aparição de Luís Fabiano, que, após tanto sofrer ao longo da temporada, ainda terminou o Brasileiro com seis gols marcados. Cícero e Lucas marcaram os outros gols tricolores, enquanto Elano, um dos poucos nomes conhecidos pelo lado alvinegro, descontou para a equipe da Baixada. Como bem disse Rogério Ceni após a derrota derrota diante do Palmeiras, o Tricolor precisaria de três "milagres". E dois deles aconteceram, curiosamente, os mais improváveis: o Figueirense só empatou contra o lanterna Avaí e o Coritiba perdeu para o rebaixado Atlético-PR. Porém, o Internacional venceu o Grêmio, ficando com a última vaga brasileira para a Libertadores 2012, forçando assim, o São Paulo a jogar novamente a Copa do Brasil no próximo ano.
Cícero e Lucas também marcaram em Mogi Mirim. (Vipcomm)
  Como não assisti ao jogo, fica difícil detalhar melhor os principais lances. Mas fica o fato de Tricolor ter voltado a vencer um clássico, algo que em 2011 só havia acontecido no histórico 2x1 contra o Corinthians, em Barueri, ainda pelo Campeonato Paulista, e mais uma vez o oportunismo de Luís Fabiano. Claramente, custou muito caro todo o tempo que o camisa nove demorou para voltar aos gramados. Pelo menos, fica para o torcedor são-paulino a boa expectativa sobre o que o Fabuloso pode render em 2012.
  Fazendo um balanço sobre a temporada que passou, 2011 foi mais um ano para ser esquecido na história do São Paulo. Se em 2010 pelo menos o Tricolor teve uma boa participação na Libertadores, nem isso teve no atual ano, marcado por inúmeros vexames, como a eliminação da Copa do Brasil contra o fraco Avaí, quando abriu o placar e podia até perder por 2x1 para se classificar, a goleada por 5x0 contra o Corinthians (com o time quase reserva, mas goleada é goleada sempre), derrotas em todos os jogos contra cariocas no Morumbi pelo Brasileiro e inúmeras trocas de treinadores. Ao todo, três técnicos estiveram a frente do São Paulo em 2011. Paulo César Carpegiani, após um trabalho razoável em 2010, quase caiu após o vexame na Copa do Brasil, ganhou fôlego com o bom início no Brasileiro e caiu após uma sequência de derrotas no nacional. Adílson Batista foi um desastre. Mais empatou que qualquer outra coisa. Quando chegou, o São Paulo estava em 2º lugar no campeonato, com sete vitórias em dez jogos. Com ele, o time jogou vinte partidas, e só venceu seis. Deixou o clube após vergonhosa derrota por 3x0 contra o modesto Atlético-GO, no Serra Dourada, com o time apenas na 8ª colocação. Emerson Leão chegou para "dar um gás", mas esbarrou num elenco totalmente descompromissado. Isso tudo sem contar Mílton Cruz, que assumiu por duas vezes, com duas vitórias e um empate no total.
Leão será decisivo na montagem da equipe para 2012.
(Globoesporte.com)
  Para 2012, tudo o que o torcedor são-paulino realmente espera é a reformulação prometida por Juvenal Juvêncio. A diretoria tricolor já afirmou que deseja montar uma equipe com "sangue nos olhos". Jogadores tidos como descompromissados deverão fazer as malas. Dagoberto, cujo contrato que se encerrará em abril e não será renovado, deve ir para o Inter já na virada do ano. Marlos, ao que consta, só espera a oficialização de uma oferta do futebol ucraniano para também deixar o Morumbi. Mas, para essa reformulação realmente ocorrer, outros nomes devem entrar nessa barca.
   Agora, é aguardar as movimentações do mercado. O São Paulo não pode, de modo algum, repetir em 2012 os mesmos erros de 2010 e 2011. Um clube desse porte não pode passar tanto tempo com o papel de coadjuvante. Já passou da hora de o São Paulo reagir e voltar a ser o gigante que sempre foi. De definido até o momento, apenas a permanência de Emerson Leão e a contratação do zagueiro Paulo Miranda, do Bahia. Mas, para que o ano novo seja de vida nova, muita coisa ainda precisa mudar.

Ficha técnica:
São Paulo 4x1 Santos
Estádio: Romildo Ferreira (Mogi Mirim)
Público: 4 824 pagantes (4 948 total)
Gols: Luís Fabiano (SP), aos 13', Cícero (SP), aos 33' e Lucas (SP), aos 38'/2ºT; Elano (SAN), aos 16' e Luís Fabiano (SP), aos 35'/2ºT
Cartão amarelo: Wellington (SP); Felipe Anderson e Bruno Aguiar (SAN)


São Paulo: Rogério Ceni; Jean, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Wellington, Denilson, Cícero (Piris, 19'/2ºT) e Lucas (Henrique, 40'/2ºT); Fernandinho (Marlos, 17'/2ºT) e Luis Fabiano
T: Emerson Leão


Santos: Vladimir; Pará, Bruno Rodrigo, Vinicius Simon e Éder Lima; Anderson Carvalho, Ibson, Elano e Felipe Anderson (Breitner, 21'/2ºT); Diogo e Alan Kardec
T: Tata


p.s.: Como não poderia deixar de acontecer, deixo aqui a minha homenagem ao grande Sócrates. Não bastasse o imenso talento dentro de campo, era também um sujeito diferenciado fora das quatro linhas. Inteligentíssimo, culto e politizado, quase um ET em meio aos jogadores aos quais estamos acostumados. Para quem não sabe, o Doutor quase veio para o São Paulo, no começo dos anos 1980. Porém, a diretoria tricolor bobeou e o corinthiano Vicente Matheus atravessou o negócio. Anos mais tarde, o São Paulo evitou que o mesmo acontecesse com seu irmão, o Mestre Raí. Descancanse em paz, Sócrates. E saiba que o futebol agora está não só mais triste, mas também menos inteligente.
O Mestre e o Doutor: DNA diferenciado. (Saopaulofc.net)




Postado por Éder Moura



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